quinta-feira, 4 de março de 2010

Modelos Atômicos - 1a Parte


Desde os primórdios das civilizações a compreensão dos mistérios que se ocultam por trás da construção do Universo instiga e aguça a curiosidade da humanidade. No século IV antes de Cristo dois filósofos gregos, Demócrito e Leucipo, conjecturaram sobre a estrutura íntima da matéria propondo a existência de pequeníssimas unidades indivisíveis que se conectavam segundo encaixes do tipo "macho-fêmea", tal como plugues em tomadas. Foi o início da fascinante jornada rumo à compreensão de um dos maiores segredos da Criação: os átomos! No entanto a limitada compreensão deste novo mundo abstrato levou ao inevitável declínio destas idéias. Vê-se que, ao contrário de Demócrito e seus seguidores, Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física, mas sob a influência de Sócrates, buscava a verdade essencial. Para ele, a verdade não poderia ser buscada a partir da teoria atômica apresentada por Demócrito, pois a existência destas coisas materiais não divisíveis, são corruptíveis, variam, mudam, surgem e se vão. Como filósofo, sabia que deveria buscar a verdade plena em algo estável e nas verdadeiras causas, pois a verdade não pode variar. Ele dizia ainda que, se há uma verdade essencial para os homens, essa deve valer para todas as pessoas, portanto, devendo ser buscada em algo superior, a natureza da matéria baseada nos quatro elementos fundamentais, objetos da aceitação coletiva: terra, fogo, ar e água. Tornou-se inexorável o abandono da teoria atômica.
A foto acima é de uma escultura do busto de Platão.